Páginas

ASPGE INFORMA:

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Vereadores de Natal multiplicaram patrimônio pessoal durante mandato.

Fonte: Jornal de Hoje.


Ser vereador é um bom negócio. Nesse cargo, durante quatro anos, é possível ajudar os outros, melhorar a cidade, criar leis, conseguir investimentos e, claro, aumentar o próprio patrimônio. Aliás, aumentar só não, multiplicar, alguns por seis vezes, o que possuíam quando se candidataram em 2008 ou quando disputaram a eleição para deputado em 2010. Pelo menos, é isso que é possível constatar ao analisar as informações passadas pelos próprios vereadores – candidatos a reeleição – à Justiça Eleitoral.
Um dos que pretende gastar a maior quantia durante a eleição (R$ 1 milhão), Enildo Alves é também um dos que teve o maior aumento de patrimônio nos últimos anos. De R$ 358,4 mil em bens no seu nome que possuía em 2008, a evolução patrimonial chegou à casa dos R$ 978 mil em 2012. A multiplicação foi de três vezes em quatro anos.
Não era para menos: Enildo Alves se desfez do apartamento que possuía na rua General Galvão, no bairro de Tirol (avaliado em R$ 200 mil), mas comprou outro, na rua Ezequias Pegado, por R$ 485 mil. O Honda Civic avaliado em R$ 85 mil, foi substituído por um Audi A3, de R$ 133 mil, um Audi A5, de R$ 205 mil, e um Suzuky SX4, de R$ 62 mil. Enildo justificou o aumento patrimonial graças aos rendimentos que tem como médico e professor universitário.
O vereador, que na edição desta terça-feira d’O Jornal de Hoje criticou o crescimento patrimonial do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves – que sem mandato teve um aumento do patrimônio de R$ 400 mil – não foi o único da Câmara Municipal a ver o reajuste de bens em seu nome. Por sinal, assim como também publicou o JH, Raniere Barbosa, do PRB, um dos grandes apoiadores do ex-prefeito, também aumentou consideravelmente.
Alias, não só consideravelmente, foi um dos que mais aumentou. Foram quase seis multiplicações para que o patrimônio, que era de R$ 130 mil em 2008, quando exercia o cargo de secretário municipal da gestão Carlos Eduardo, chegasse aos R$ 750 mil em 2012. O único apartamento que tinha, financiado (R$ 65 mil), as aplicações financeiras e um carro (R$ 36 mil). Agora, a situação é diferente. Tem dois apartamentos que estão avaliados em mais de R$ 500 mil, além de dois carros, que somados dão mais de R$ 100 mil.
Assim como Raniere, o vereador do PHS, Maurício Gurgel, também teve seu patrimônio multiplicado por seis, porém, não porque adquiriu muitos bens, mas porque tinha poucos no início do mandato. Era apenas um automóvel de R$ 21 mil e ações no valor de R$ 3,5 mil. Agora, tem terreno e várias aplicações financeiras, o que fez o patrimônio chegar a R$ 167 mil. Quem também aumentou por ter poucos bens no início do mandato foi a vereadora Júlia Arruda, do PSB. Ela não tinha nenhum bem declarado em 2008 e, neste ano eleitoral, tem um utilitário Pajero, no valor de R$ 95 mil.
O vereador Assis Oliveira também foi um que viu o valor de seus bens se multiplicarem nos últimos quatro anos. Os R$ 90 mil que tinha em bens em 2008, agora são R$ 470 mil, um crescimento de cinco vezes. Boa parte disso foi graças à casa que comprou – em um endereço não especificado – no valor de R$ 350 mil.
O vereador Bispo Francisco de Assis também presenciou esse aumento. Em 2008, o patrimônio era de R$ 104 mil e quase todo esse valor – R$ 96 mil – era referente a uma caminhonete L200 que o bispo possuía. Agora, o patrimônio é composto por dois veículos, um imóvel residencial e aplicações financeiras. Ao todo, o vereador do PSB tem R$ 406 mil em bens.
Há casos que o valor dos bens, “apenas”, dobrou e Adão Eridan, do PR, Professor Luis Carlos, do PMDB, e Adenúbio Melo, Júlio Protásio e Franklin Capistrano, do PSB, são exemplos disso. O peemedebista, com dois carros e uma casa em 2008, tinha um patrimônio pouco superior aos R$ 100 mil, mas neste ano declarou, também, um apartamento no bairro de Neópolis avaliado em R$ 226 mil.
Adão Eridan já tinha um patrimônio alto (R$ 372 mil), mas agora tem um que chega a R$ 792 mil, graças a compra de uma granja em São Gonçalo do Amarante (avaliada em R$ 300 mil) e de um terreno e uma casa na rua Arco Iris, em Natal, no valor de R$ 250 mil e R$ 180 mil, respectivamente.
No grupo do PSB, quem tem maior destaque é o vereador Franklin Capistrano, que tem R$ 404 mil de patrimônio – antes era de R$ 207,8 mil. Em 2012, são quatro carros, um apartamento e mais 50% de outros dois.
Adenúbio Melo tem um patrimônio atualmente de R$ 323 mil, enquanto em 2008 era apenas de R$ 173 mil. Júlio Protásio tem R$ 340 ml atualmente, mas antes possuía apenas R$ 145 mil de patrimônio.
Porém, nem todos os vereadores eleitos para a Câmara Municipal tiveram o patrimônio aumentado. Ney Lopes Júnior, do DEM, por exemplo, tinha a soma dos bens superiores aos R$ 575 mil, agora, tem “apenas” R$ 440 mil. O oftalmologista Albert Dickson também. De R$ 876 mil que tinha, possui “só” R$ 728 mil.
É importante lembrar que todas as informações contidas nessa matéria foram publicadas no portal “Divulga Cand”, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e podem ser acessadas pelo link www.divulgacand2012.tse.jus.br. Até o fechamento desta edição, informações dos vereadores do Partido Verde ainda não haviam sido publicadas. A vereadora Sargento Regina não declarou nenhum bem nos últimos pleitos eleitorais.
Com mandato, Mineiro, Hermano e Rogério tiveram redução
Enquanto para os vereadores de Natal ser eleitos para a Câmara Municipal de Natal parece ser uma boa no que diz respeito à evolução patrimonial, ser deputado, estadual ou federal, para esse fim, aparentemente é pior que não ter mandato. Afinal, se nos últimos anos o candidato do PDT, Carlos Eduardo Alves, conseguiu crescer seu patrimônio pessoal em R$ 400 mil, os concorrentes dele, Hermano Morais, do PMDB, e Fernando Mineiro, do PT, deputados estaduais, e Rogério Marinho, do PSDB, deputado federal, tiveram redução do valor dos bens que possuíam.
Hermano da Costa Moraes, o Hermano Morais, foi o que teve a redução mais drástica nos últimos dois anos. Perdeu quase metade do patrimônio que tinha. Afinal, os R$ 665 mil, em 2010, se transformaram em R$ 388 mil na declaração deste ano. Boa parte desse dinheiro foi embora junto a terrenos – em Tabatinga, Maxaranguape e Mamanguape – que Hermano Morais se desfez.
Mineiro, dos quatro candidatos primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto, é o que tem menor patrimônio declarado. Tem somente R$ 95 mil em bens no seu nome. Além disso, foi mais um que sofreu redução drástica e tem quase metade, hoje, do que tinha em 2010. Afinal, na declaração feita na última eleição, quando conseguiu ser eleito deputado estadual, Mineiro afirmou ter R$ 183 mil em patrimônio.
Boa parte do atual patrimônio de Mineiro, inclusive, é um carro modelo Kia Sorento, avaliado em R$ 80 mil. Em 2010, a diferença estava no Poupex do Banco do Brasil, que agora tem menos de R$ 100, mas há dois anos tinha R$ 88,7 mil.
Rogério Simonetti Marinho, segundo a Justiça Eleitoral, também diminuiu seu patrimônio, mas foi menos que a redução que sofreu o candidato do PMDB. Neste ano, a declaração patrimonial dele foi de R$ 1,208 milhão, enquanto em 2010, possuía R$ 80 mil a mais em bens.
PSOL E PCB
A Justiça Eleitoral divulgou também o patrimônio dos candidatos do PSOL e PCB que vão disputar a Prefeitura de Natal. O professor Robério Paulino, servidor público federal, tem R$ 209 mil de patrimônio. O professor de ensino médio Roberto Lopes, do PCB, tem como bem apenas um Corsa Sedan, modelo 2004 e avaliado em R$ 16 mil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário