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terça-feira, 13 de março de 2012

Violência invade o bairro das Quintas.

Fonte TN.


Os moradores do bairro das Quintas - zona Oeste de Natal - estão amedrontados. As portas se fecham ao primeiro sinal de início da noite. Andar pelas ruas pode se tornar um passeio trágico e até mesmo fatal. As rixas que envolvem a comercialização de drogas e também as rivalidades entre facções criminosas ligadas a torcidas de futebol levam terror à região. A criminalidade crescente por vezes traz conseqüências desastrosas para a população, que contabiliza cada vez mais assaltos e mortes frente ao descaso dos órgãos de segurança pública. Na noite da segunda-feira passada, a vítima foi o adolescente Rodrigo Daniel de Oliveira, de 16 anos de idade. Atingido por quatro disparos de arma de fogo, o jovem se encontra em estado grave no hospital Walfredo Gurgel.
Adriano AbreuRua São Geraldo vem sendo alvo de crimes no bairro das QuintasRua São Geraldo vem sendo alvo de crimes no bairro das Quintas

A tentativa de homicídio não foi a primeira a ser registrada nas últimas duas semanas. Nas proximidades da localidade onde o jovem Rodrigo foi alvo da violência, um homem havia sido executado com mais de vinte tiros. A violência latente altera o cotidiano da população e incute o medo no cotidiano dos trabalhadores e das famílias. "Eles estão roubando e matando para impor o medo e dizer que são eles que mandam aqui agora", disse uma mulher que preferiu não se identificar por temer represálias.

A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve na rua São Geraldo durante a manhã de ontem e conversou com a família do jovem Rodrigo. A sua mãe, a costureira Maria José de Oliveira, 60 anos, mostrava-se abatida com a tentativa de homicídio. "Fizeram isso porque ele mora aqui nessa região. Está tendo essas brigas agora e sobra para todo mundo que estiver por perto. Não tem envolvimento com drogas e não tinha nenhuma rixa com ninguém", disse Maria José.

O jovem estava em uma calçada da rua São Geraldo quando foi abordado por outros adolescentes que o perseguiram e atiraram contra ele. Foi atingido duas vezes no peito, uma vez no braço e um tiro acertou a sua nuca. Rodrigo foi atendido e conduzido ao hospital Walfredo Gurgel, onde passou por procedimentos cirúrgicos.

"Está todo mundo com medo aqui. Quando dá 18h, todos já começam a fechar as portas", disse Maria José. A mãe descreveu a personalidade do filho como introvertido e com indícios de depressão. "Durante a madrugada é comum ouvir tiros bem perto da nossa casa e ele já acordava assustado. Não sei se foi isso, mas com certeza contribuiu para o estado de saúde que ele já tinha", esclareceu.

Os moradores reclamaram das ações de patrulhamento da Polícia Militar e das ações de investigação da Polícia Civil. "A patrulha passa aqui de vez em quando e só faz baculejo em quem não tem nada a ver. Na hora que o bicho pega mesmo não tem nada de polícia. Só chega depois que matam alguém", reclamou a costureira. Rodrigo é o filho mais novo dos cinco de Maria José e permanece sob observação no hospital Walfredo Gurgel. 

O coronel Wellington Alves, comandante do policiamento metropolitano, confirmou a informação de que a criminalidade da região está ligada ao tráfico e a pessoas que se dizem ligadas a torcidas organizadas. "O problema do tráfico existe, assim como pessoas que se aproveitam e se passam por torcedores para praticar crimes", disse durante a manhã de ontem. Segundo ele, o geoprocessamento dos dados tem apontado um índice além do normal. 

"Destacamos a inteligência para descobrir esse aumento dos crimes e estamos mantendo o patrulhamento de rotina. Caso seja necessário poderemos acionar a Rocam e até mesmo a Cavalaria para um trabalho em específico", afirmou o coronel Alves.

A equipe de reportagem tentou contato com o delegado Raimundo Lucena, titular da 7ª DP, localizada nas Quintas e responsável pela condução de investigação na região. No entanto, ele não se encontrava na delegacia no momento em que foi procurado.

Metrópole Segura chega a um mês

No dia 9 de fevereiro de 2012, a Polícia Militar deu início a um reforço de efetivo visando combater a criminalidade que se mostrava crescente na Grande Natal. Na oportunidade, deflagrou-se a operação "Metrópole Segura", em que o efetivo foi aumentado em 50% nas ruas. Hoje, pouco mais de um mês depois, as autoridades da segurança pública têm uma avaliação positiva do trabalho realizado. "Reduzimos o índice de criminalidade e a população percebeu a redução dos casos de assaltos, particularmente a ônibus", disse o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva. 

Em um mês de trabalho, as barreiras fiscalizaram mais de 19 mil veículos e 84.659 pessoas foram abordadas. O trabalho resultou na prisão de 102 pessoas, sendo 70 em flagrante, sete por mandados e 19 eram foragidos. Quarenta e duas armas foram apreendidas, sendo 35 revólveres, duas pistolas e cinco espingardas. Além disso, quantidade de drogas como crack, cocaína e maconha foram flagradas. O comandante da PM não soube comparar o quantitativo e dizer se o número representa um aumento nos patrulhamentos de rotina. 

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